20.4.14

coisas que me transcendem

Ir a festas de calibre tal que é proibido começar a beber o espumante sem primeiro fazer o brinde porque parece mal, ou dar a primeira garfada no bolo antes de a pessoa mais velha começar a comer porque denota falta de respeito e etiqueta, mas depois não se vê um único rissol, uma saladinha de frutas sequer, numa mesa recheada com coisas doces e altamente processadas.

17.4.14

quando uma rapariga me conta que curtiu com o X na festa

Apaixonei-me tão cedo e de forma tão monogâmica que essa das curtes parece-me coisa de irremediáveis. Mas diz que faz parte, eu é que não percebo nada disto, que me deixei "anilhar" cedo de mais...

16.4.14

então, como é que vai o plano proclamado a dia 7?

Muito bem, então não: a primeira semana foi dedicada unicamente às burocracias e à saúde (coisas inadiáveis); esta segunda semana encontro-me doente. Maravilha. Dores de garganta, sinusite, febre, pescoço imobilizado. Uma maravilha daquelas.

Maio será mesmo um mês lindo. Posso já enfiar-me debaixo da terra?

11.4.14

podemos ser honestos?

Eu tenho defeitos, defeitos que, por definição, envergonham realmente uma pessoa, e pensava que iria conseguir aguentar-me na minha pele durante todo este compasso de espera que me coube passar na Terra sabendo de antemão esse facto, já que, como é bem sabido por todos, toda a gente tem defeitos, e isso é do mais reconfortante que há.
Mas aparentemente enganei-me. De acordo com o que me deparo, ninguém tem defeitos impronunciáveis, daqueles que brotam mesmo dos escarninhos do nosso ser, mas antes particularidades que podem ser, no máximo, engraçadas, que talvez atinjam o estatuto de curiosidade, mas nunca são coisas repelentes. Falo de particularidades como ser-se muito teimoso, ter a mania das limpezas, ser-se desarrumado, não ter destreza manual nenhuma, deixar o pacote de leite vazio no frigorífico, etc.
Ora, eu, perante defeitos tão... comezinhos, às tantas já me pergunto se serei uma pessoa desprezível, daquelas com realmente maus fígados ― só pode, com a quantidade de pensamentos viciosos que de quando em quando atravessam a minha mente e que, enfim, acabam por se revelar no meu carácter. Mas, por outro lado, também me questiono se esta gente consegue ser assim tão cínica que negue aquilo que é só natural em nós. É que até Nelson Mandela foi capaz de reconhecer as suas falhas e contradições, a falsa generosidade, a necessidade de validação externa, e isso não retira um milímetro à sua grandiosidade em vida, no entanto, esta gente parece julgar-se superior a defeitos vis. E como me enjoa esta falta de realismo à minha volta...

9.4.14

a vida não se faz só de ideias

Causam-me muita desconfiança as pessoas que se mostram muito out-of-the-box, com mil e uma ideias e planos de acção e que depois não têm a coragem de dançar/cantar/ter-qualquer-interacção-que-implique-fazer-uma-qualquer-figura-triste-ou-parva em frente a outras pessoas, conhecidas ou não. É bom ser inteligente, mas acredito que sem a disposição para cair no ridículo uma vez por outra não se vai a lado nenhum.

piadas da uma e meia da tarde

Ele: pá, acho que o meu telemóvel te acha uma grande puta.
Eu: então porquê?
Ele: cada vez que ligo para ti ele diz sempre "grátis".

7.4.14

all is well?

Estou de férias da faculdade, que é como quem diz, tenho à minha frente duas semanas inteirinhas para pôr em dia tudo aquilo que deixei em atraso enquanto estava a trabalhar. Neste momento, a faculdade é a minha única real fonte de stress, e assim sendo tenho urgentemente que conceber um plano de combate para dar conta da quantidade estrondosa de matéria/programação que há para regularizar. Estou com medo e ansiosa, pela faculdade e não só, mas felizmente (agradeço a todos os santinhos por isso) tenho pessoas que são o meu ponto de referência e que, invariavelmente, conseguem sempre pôr tudo no seu devido lugar, no seu estado original, quando eu internamente já pedia um por favor façam-no parar. Que ninguém me tire este chão que nunca estremece, pois, parecendo que não, é tudo o que me sustém. Ainda bem, também, que tenho as artes do meu lado: Silence 4 no MEOArena, anteontem, foi mais do que uma celebração da vida. E desde aí já se passaram dois dias preguiceiros que serviram para restaurar forças e conferir alguma tenacidade ao espírito que precisa de arrebitar, numa tentativa de me preparar para a valente coça que o mês de Maio me vai dar. Espero, ainda assim, dar alguma luta.

29.3.14

e por falar em trabalhos de grupo

Não é simplesmente idiota a nossa aprovação à cadeira estar dependente da realização de um trabalho de grupo? Não há hipótese de se fazer o trabalho individualmente ou até fazer a cadeira por exame, temos mesmo que ter positiva no trabalho de grupo. Isto devia ser proibido.

por que é que eu odeio trabalhos de grupo

Por tudo e mais alguma coisa, mas a constante que tenho vindo a verificar ser a mais irritante é constatar que, quando eu forneço alguma ideia/solução, ninguém faz muito caso disso e poucos minutos depois algum membro do grupo dá exactamente a mesma ideia como se tivesse acabado de ter uma epifania.
(ah, e quando eu estou a explicar alguma coisa e alguém vai repetindo exactamente o mesmo, pelas mesmas palavras e tudo?)

26.3.14

raivinha dos dentes

...E quando um colega vosso está a contar um episódio a alguém (um episódio insignificante, nem chega a ser uma história engraçadita), e nesse conto tu sais retratada como tendo agido de uma forma mais exarcebada do que aquela que agiste na realidade? E essa forma agravada não te cai bem, evidentemente, porque, para já, é mentira, e depois, não abona nada a favor daquilo que é expectável as pessoas esperarem de ti, pelo que acabas por ficar numa posição desfavorável perante estas.
Agora imaginem essa pessoa fazer isso numa base diária, com qualquer cenazinha mais banal. E temos aqui uma pessoa mentirosa todos os dias. E não só mente, como pelo meio desvirtua os outros por-dá-cá-aquela-palha ― assim, como se nós fossemos todos bonequinhos sem vida nem personalidade nas suas mãos à mercê das histórias que vai inventando e empolando...

25.3.14

os melhores anos da tua vida my ass

Estou farta, farta, de gente da faculdade. Ou eu sou mesmo muito estranha ou então tenho uma pontaria do caraças em só dar de caras (e, por consequência, me relacionar) com malta ora básica, ora presunçosa, ora enfezadinha que só, creio, três chapadas duras consecutivas mais um par de berros as conseguiam fazer acordar para a vida. Sem esquecer a malta previsivelmente estúpida, burra mesmo, que vai para as aulas perturbar e jogar Candy Crush (e até falar ao telemóvel ― meu deus, que desplante e grosseria!) quando podia muito bem estar a apanhar este solzinho na rua ou no bar. A sério, quem escolhe aquela actividade em detrimento desta só pode caber na categoria de burro.
Não me tirem daqui que não é preciso, eu própria já faço isso sempre que posso (mas é que é mesmo sempre!).

19.3.14

Aqui me confesso: ontem, dia 18 de Março de 2014, joguei Tetris pela primeira vez na vida (e só porque as circunstâncias assim o proporcionaram). O twist: eu tenho 22 anos.

8.3.14

A minha postura perante as outras pessoas é sempre aquela que melhor as impeça de reparar que tenho os óculos tortos (não sei quando é que me vou decidir a ir corrigir isto. às tantas já acho que gosto de parecer uma totó)

4.3.14

isto é um facto

Não encontro nenhuma, mas mesmo nenhuma, rapariga com as unhas roídas, quanto mais carcomidas de tal forma que as cúticulas ocupem grande parte da unha. Que vergonha de mim, deus meu! Vejo raparigas com a cara deslavada, algumas até com um subtil bigode, outras com monocelha, mas as unhas, essas, estão sempre impecáveis. Que vergonha, a sério, apetece-me cortar os dedos.

cuidado, eles andam aí

Ontem, no trabalho, estava um rapazola da minha idade, de vinte e poucos anos, a dizer que o 25 de Abril foi o pior que podia ter acontecido a Portugal, que nós naquela altura éramos ricos e perdemos tudo para alimentar os "gananciosos" que levaram a cabo a Revolução. Aquela pessoa ficou automaticamente na minha lista de pessoas por quem eu não dou um chavo.

3.3.14

liar liar

Ultimamente tenho reparado que tenho alojada em mim uma costela muito mentirosa. Ora vejamos:
Na semana passada dirigi-me a uma caixa multibanco para consultar o saldo da minha conta, a fim de verificar se já tinha recebido o ordenado. Era esse o meu intuito, nada mais. Chegada à caixa, a senhora que está à minha frente pergunta-me se eu vou levantar dinheiro, pois, nesse caso, deveria ir a outra máquina uma vez que aquela não tinha notas. Eu respondi-lhe prontamente que sim, que ia levantar; agradeci o aviso e dirigi-me à outra caixa mais próxima. Só ao aproximar-me desta é que me dei conta que tinha mentido, pois eu não ia nada levantar dinheiro, somente verificar o saldo, pelo que a dada altura apercebi-me que nem fazia sentido eu estar a deslocar-me a outra caixa.

Outra situação do género aconteceu-me com a minha supervisora, no trabalho, só que em vez de mentir para surtir afirmação do lado desta, como aconteceu com a senhora da caixa MB, menti para dizer outra coisa completamente diferente, quando a verdade era mesmo aquela que a minha supervisora tinha inicialmente sugerido. Claro que no momento em que eu o estava a dizer, não me estava a aperceber que estava a mentir, só segundos mais tarde é que enxerguei, e rapidamente o arrependimento abateu-se sobre mim como se do pior crime cometido se tratasse.

Agora não sei o que pensar disto. Não sei o que raio me levou a mentir, em primeira instância, nestas duas circunstâncias distintas, mas pensando agora um bocadinho mais a fundo, no primeiro caso, talvez possa ter mentido na esperança de corresponder à expectativa da outra senhora de que eu ia efectivamente levantar dinheiro e assim validar a sua boa intenção em avisar-me; no segundo caso, parece que foi só mesmo para contrariar a minha supervisora. Mas o porquê está a intrigar-me, que eu até pauto a minha postura no trabalho com base no respeito máximo pelos meus chefes. Ou seja, tudo isto é de uma fina incoerência. Será que Carl Jung explicaria?

23.2.14

hi, hello

Foram tantos os endereços de blogs criados e abandonados não muito tempo depois aquando da sua criação. Acho até que se estava a tornar algo crónico, mas sabem aquele impulso que nos toma de repente quando queremos extravasar algo o mais urgentemente possível, pois são muitas as coisas a quererem saltar do peito, mas depois, invariavelmente, essa vontade passa? Como se "deitar cá para fora" não chegasse, não fosse suficiente e, impotentes para conhecer o que mais havemos de fazer, desistimos de continuar a tentar explicar-nos.
Assim tem sido a minha relação com blogs e basicamente com todos os veículos de escrita (também foram muitas as páginas de cadernos, e blocos, e listas de compras). Mas, estupidamente ou não, eu ainda acho que a minha salvação ainda passa por isto, por esta busca incessante de explicação da minha pessoa, seja ela quem for. E por isso cá estou eu outra vez.